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terça-feira, 25 de junho de 2024

Manifestação no Quénia

"se eu morrer no campo de batalha diga a mamãe que fiz o meu melhor"

Os Estados Unidos da América e mais de uma dezena de países europeus, incluindo a Alemanha, a França e o Reino Unido, declararam esta terça-feira estar “profundamente preocupados” com a violência no Quénia.
Em Washington, a Casa Branca condenou “a violência em todas as suas formas” e apelou à calma, disse uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

“Os Estados Unidos estão a acompanhar de perto a situação em Nairobi”, acrescentou.

Cerca de cinco pessoas morreram esta terça-feira nas manifestações contra os planos do governo para novos impostos, e o aumento de outros, atualmente em debate no parlamento, segundo organizações não-governamentais (ONG), presentes no local, e 31 ficaram feridas.

Segundo as ONG foram disparadas munições reais, balas de borracha e gás lacrimogéneo.

A irmã do antigo Presidente norte-americano Barack Obama, Auma Obama, presente nas manifestações que decorrem contra o governo queniano, estava a prestar declarações à CNN quando foi vítima do lançamento de gás lacrimogéneo, que a cegou temporariamente.

Nas últimas 24 horas, foram registados 21 raptos por agentes em uniforme ou “à paisana”, indicaram as ONG.

A principal coligação da oposição, Azimio, acusou o Governo de “desencadear a sua força bruta contra as crianças” do Quénia, que se manifestavam esta terça-feira.

A tensão aumentou durante o dia no distrito central de negócios de Nairobi (CBD), nesta terceira manifestação convocada por jovens nas redes sociais, num movimento apelidado de “Ocupar o Parlamento”, que se opõe ao projeto de orçamento 2024-25 e aos novos impostos aí previstos.

Os primeiros confrontos eclodiram por volta do meio-dia (10h00 em Lisboa), depois de os manifestantes terem avançado para uma zona que alberga vários edifícios oficiais e entrarem no parlamento, onde os deputados tinham acabado de aprovar alterações ao texto, que deverá ser votado até 30 de junho.

Os jovens protestam contra o que se prevê ser a introdução de novos impostos, incluindo um IVA de 16% sobre o pão e um imposto anual de 2,5% sobre os veículos privados.

O Governo anunciou, em 18 de junho, que retirava a maior parte das medidas, mas os manifestantes prosseguiram o seu protesto, exigindo a retirada da totalidade do texto.

Para os manifestantes, esta é uma manobra do governo, que tenciona compensar a retirada de certas medidas fiscais com outras, nomeadamente um aumento de 50% do imposto sobre os combustíveis.

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