O líder opositor russo Alexei Navalny, falecido em circunstâncias estranhas na prisão no último mês de fevereiro, morreu de arritmia, segundo a versão oficial. Por esta razão, as autoridades não vão abrir uma investigação criminal sobre sua morte, segundo declarou nesta quinta-feira (15.08) a sua viúva, Yulia, citando um certificado do Comité de Instrução russo.
“Como descobriram essa arritmia durante a autópsia? É impossível estabelecer um distúrbio do ritmo cardíaco após a morte”, questiona a viúva. “Alexei não teve nenhuma doença cardíaca quando estava vivo", escreveu Yulia Navalnaya no site de seu falecido marido.
A viúva explicou que o resultado da investigação interna das autoridades lhe foi enviado meio ano após a morte de Alexei. “Mostrei esse diagnóstico aos médicos que conheço e todos chegaram à mesma conclusão (...) Escreveram “arritmia” para poder escrever alguma coisa. Porque as pessoas não morrem assim só porque sim”, denunciou Yulia, para quem o diagnóstico oferecido pelas autoridades russas é “mais uma tentativa bastante patética de esconder o fato (…), que foi um assassinato.”
Alexei Navalny, que sobreviveu a uma tentativa de envenenamento com o agente químico Novichok em 2020, morreu em fevereiro em uma prisão de segurança máxima na Sibéria onde estava desde o final do ano passado e onde cumpria uma pena de 19 anos, por conta de seu ativismo político. A viúva do líder opositor, que prometeu continuar sua luta, atribui a culpa pela morte de Navalny diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin.
Fonte: EFE/Lusa
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