RÁDIO FP
A condição social e financeira dos jornalistas angolanos em vários órgãos de comunicação social do país, é bastante precária, o assunto de conhecimento publico, mais a décadas que não é prioridade entre os fazedores do ofício, por conta de vários factores de divisão entre os profissionais influenciados pelos gestores e donos das empresas de comunicação social, estes que os jornalistas entrevistados pela Rádio Fundo Preto, acusam de optar pelo formato de dividir para melhor reinar, ainda de promoverem um ambiente propício para ataques físicos e psicológicos dentro das empresas, situações que condicionam os profissionais a aceitarem um sistema trabalhista que os ignora, não releva as suas tentativas de reivindicar por um salário melhor e ainda os maltrata.
TABELA SALARIAL:
1. Rádio Comercial | Cabinda (Kzs 40.000.00)
2. Rádio Zango | Luanda (Kzs 40.000.00)
3. Rádio 2000 | Huíla (Kzs 45.000.00)
4. Rádio Tocoista | Luanda (Kzs 50.000.00)
5. Rádio Morena | Benguela (Kzs 60.000.00)
6. Rádio Comercial Despertar | (Kzs 60.000.00)
7. Rádio Ecclesia “fora de Luanda” (Kzs 60.000.00)
8. Rádio Maranata | Huíla (Kzs 100.000.00)
A tabela salarial de muitos órgãos de comunicação social reveladas a nossa reportagem pelos jornalistas com ligação e empregados nestas empresas, tem o teto máximo de Cento e Cinquenta Mil Kwanzas (Kzs 150.000.00) para jornalistas com mais de Quinze (15) anos de carreira, na categoria de Seniores, o estatuto mais elevado no escalão da profissão de jornalistas.
A Rádio Comercial Despertar (Rádio Despertar) com a sede no município de Viana, província de Luanda, é a estação Radiofónica que tem em Luanda das piores tabelas salariais, os profissionais auferem o salário líquido de 55 a 60 mil Kwanzas, que não são depositados as contas de forma regular. Ainda um ambiente de trabalho configurado em ameaças e opressão segundo as informações passadas pelos profissionais, a discussão sobre aumentos salarias é compreendida como afronta e muitas vezes o tom sobe e a balança é sempre desfavorável ao jornalista, a maioria foi despedida ou optaram por abandonar a estação, ainda na senda da luta por melhores salários dentro da empresa, os jornalistas ligados a Rádio despertar contaram a Rádio Fundo Preto, que ao buscarem por melhorias salariais são combatidos por um grupo de profissionais que tem a simpatia da direção e assim recebem um extra fora da tabela salarial, situação que só agrava os conflitos internos e deixa cair por terra as tentativas de reivindicação de aumentos e melhores condições sociais e financeira.
A Rádio da Igreja Católica (ECCLESIA) ocupa o terceiro Lugar entre as estações com a tabela salarial mais baixa do país, sendo os salários a variarem para os profissionais de Luanda e de outras províncias.
Em Luanda, os salários variam entre os Noventa mil Kwanzas (Kzs 90.000.00) aos Cento e Cinquenta mil Kwanzas (Kzs 150.000.00) para os Seniores.
Em outras províncias onde tem a Rádio Ecclesia, sendo esta a segunda estação Radiofónica de Angola, com mais emissores pelo país, os salários estão abaixo de Sessenta Mil Kwanzas (Kzs 60.000.00).
Sobre a Radio Zango em Luanda, as informações reveladas ditam que um número de profissionais não tem contratos de trabalho e estão entregues num formato de trabalho precário que abertamente apresenta a opção da desistência dos quadros.
O tema dos salários precários na classe jornalística angolana, hoje é tabu nas empresas e motivo de perseguição administrativa e política, situação que leva a grande maioria de profissionais a evitarem falar do assunto, para não perderem os “míseros” kwanzas que recebem quando recebem, pois, a nossa reportagem ficou a saber de casos de jornalistas que ficam mais de quatro (4) meses sem qualquer remuneração vulgo salário.
A situação dos jornalistas agravou-se ainda, depois da implementação das regras que remetem a Comissão de Carteira e Ética (CCE), que veio clarificar o que deve ou não deve fazer um jornalista com a carteira activa. Entre as regras de proibição da CCE, destaque vai para a proibição do jornalista de dar a sua voz a publicidades ou qualquer tipo de acto pago dentro da profissão.
Nos últimos Cinco (5) anos e por conta da situação social e financeira que é bastante precária entre a classe jornalística, um número considerável de jornalistas angolanos, Seniores, desistiram da profissão, tendo estes, emigrado para outras profissões, com referência a comunicação institucional.
JES | REDAÇÃO RÁDIO FP
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