Luanda - Os familiares de uma funcionária do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), que foi detida na quinta-feira, 27, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), acusada de facilitar a obtenção de vistos de permanência a cidadãos estrangeiros em Angola, cobrando uma taxa de 35 mil kwanzas por processo, contestam as alegações e acusam o SIC de difamar a imagem da mulher e de "inventar" factos criminosos.
Fonte: Club-k.net
Migração e Estrangeiros (SME) e às embaixadas.
O marido da detida, Oliveira Huango, em declarações à imprensa neste sábado, garantiu que o SIC fez uma investigação superficial e incorreta, sustentando que a sua esposa está sendo injustamente acusada e teve a sua imagem manchada. Em declarações ao portal O Decreto, vários funcionários do MIREX também expressaram surpresa com as acusações do SIC, considerando que o ministério onde a funcionária trabalha não tem qualquer envolvimento na emissão ou renovação de vistos.
Oliveira Huango explicou que a sua esposa não tem qualquer ligação com o processo de visto ou renovação, sublinhando que a mulher trabalhou com agências de viagens em actividades de agendamento e facilitação de processos junto às embaixadas, mas que isto não constitui crime. Relativamente aos passaportes encontrados em posse dela, Huango esclareceu que os documentos são legítimos e foram utilizados apenas para facilitar o agendamento de pessoas nas embaixadas.
A família da funcionária expressou tristeza e indignação por ela ter sido rotulada pelo SIC como criminosa e acusada de facilitar a imigração ilegal e a obtenção de vistos de forma irregular. “Infelizmente, a minha esposa está detida no SIC sem culpa formada”, lamentam os familiares.
Em relação à acusação do SIC de que a mulher estaria a ajudar cidadãos estrangeiros com documentos e valores monetários para validar ou autenticar os mesmos, a família questiona como o SIC pode acusar alguém que não tem ligação ao SME, órgão responsável pela gestão de vistos. “Se ficar provado em tribunal que ela não cometeu crime, quem irá se responsabilizar pela imagem que foi prejudicada?”, perguntam, acusando o SIC de querer apenas demonstrar que está a atuar, sem, na realidade, ter provas claras.
O SIC, por sua vez, afirmou que a detenção da funcionária ocorreu após uma denúncia que indicava a sua participação na facilitação de vistos de permanência para cidadãos estrangeiros, cobrando 35 mil kwanzas por cada processo. A funcionária foi detida em flagrante delito pela Direcção Central de Operações do SIC, que encontrou com ela 11 passaportes, sendo oito da República Democrática do Congo (RDC) e três nacionais, além de 1,6 milhões de kwanzas e 700 dólares em dinheiro.
Apesar das acusações feitas pelo SIC, a família da funcionária continua a negar a veracidade das alegações, exigindo uma investigação mais detalhada e imparcial.
Sem comentários:
Enviar um comentário