UE admite "retaliação" contra Trump. Até lá vai apontar um "raio de laser" para 83% do mundo

A União Europeia está pronta para tudo. À margem da reunião com todos os Estados-membros, a presidente da Comissão Europeia reiterou que os países estão “prontos para negociar as tarifas com os Estados Unidos”.

Ursula von der Leyen não revelou se vai mesmo haver uma retaliação, mas utilizou essa palavra para dizer que os 27 estão prontos para esse caminho, caso seja necessário responder de forma mais dura ao anúncio de Donald Trump, que aplicou uma taxa de 20% sobre os produtos que chegam aos Estados Unidos vindos da Europa.

“Estamos prontos para um bom acordo, mas estamos também prontos para tomar contramedidas”, referiu.

Enquanto não se define como será o futuro comercial com os Estados Unidos, a presidente da Comissão Europeia anunciou uma task force para vigiar as importações, enquanto quer que os 27 se foquem noutros mercados, incluindo no interno.

“Vamos fortalecer o mercado único em resposta às tarifas dos Estados Unidos. Vamos focar o nosso raio de laser nos 83% de comércio global que estão para lá dos Estados Unidos”, reforçou Ursula von der Leyen, sublinhando, para terminar, que a União Europeia está, caso necessário, “preparada para uma retaliação”.

Entretanto, o comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, adiantou que as tarifas impostas por Donald Trump incidem sobre de 380 mil milhões de euros, que representam cerca de 70% do total de exportações da UE para os EUA.

Após uma "análise cuidadosa das opções" que estão em cima da mesa, a Comissão Europeia compromete-se a enviar ainda hoje a todos os Estados-membros a lista final com as tarifas que propõe.

"Estamos dispostos a discutir tarifas zero, não só para os automóveis, mas também para outros produtos industriais", reforçou Sefcovic.

O comissário europeu sublinha que Bruxelas prefere negociar a aplicar medidas recíprocas, mas adverte: "Não podemos esperar infinitamente. (...) Mais cedo ou mais tarde, vamos sentar-nos à mesa de negociações com os EUA e alcançar um compromisso aceitável para ambos."